Cerca de 20% dos cânceres de pulmão apresentam uma alteração no DNA específica, chamada de mutação do gene EGFR. O tratamento padrão para estes pacientes é com drogas-alvo como erlotinibe, gefitinibe ou afatinibe. Quando estas medicações perdem o efeito, estão indicadas as quimioterapias.
Este ano, foi aprovada no Brasil uma nova droga-alvo chamada osimetinibe, que é mais efetiva que a quimioterapia para alguns destes pacientes.
Entre os pacientes com câncer de pulmão com mutação de EGFR que foram tratados com outras drogas-alvo, cerca de 60% desenvolverá uma mutação nova no tumor, chamada T790M. Essa mutação é detectada por um exame de sangue. No estudo AURA3, 419 pacientes que tinham a mutação T790M foram tratados com o osimertinibe ou com quimioterapia. No grupo osimertinibe, foram observadas maiores taxas de redução do tumor (71% vs 31%) e maior tempo de controle da doença (10 meses vs 5 meses), com menor toxicidade.
O teste sanguíneo é indispensável para o tratamento e, atualmente, é gratuito. Porém, a medicação só é disponível em convênios, não no SUS.
Mais informações, no site: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1612674#t=article
Médico oncologista formado pelo MD Anderson Cancer Center e especialista em tumores de pulmão e do trato digestivo, membro do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
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