O principal tratamento para o câncer de fígado que não possui metástases em outros órgãos é a cirurgia: ou retirada de uma parte do fígado ou retirada do fígado todo e transplante de um doador.
Apesar de o programa de transplantes brasileiro ser bem estruturado e referência no mundo, um paciente com câncer de fígado pode ter que aguardar até 6 meses na fila por um doador compatível. Neste tempo, o seu tumor pode piorar. Para manter a doença controlada, o principal tratamento é a quimio-embolização hepática, na qual é passado um cateter por uma artéria na perna, que vai até o fígado e administra medicamentos diretamente no tumor. Este procedimento é padrão, mesmo no SUS.
Em um estudo recente, apresentado no ASCO Gastrointestinal Cancer Symposium, em Janeiro de 2017, investigadores americanos avaliaram o papel de uma técnica especial de radioterapia, chamada radioterapia estereotáxica, em pacientes com câncer de fígado em fila de transplante. O tratamento era feito com 5 aplicações de radioterapia em alta dose em regime ambulatorial. O tratamento foi bem tolerado e nenhum paciente necessitou de internação por efeitos colaterais. Os pacientes foram observados por até 7 meses, enquanto aguardavam transplante, e, neste período, a doença esteve controlada em 84% dos casos.
A radioterapia estereotáxica de fígado já é disponível em grandes centros no Brasil e coberto por planos de saúde. O médico que avalia se este tratamento está indicado para o paciente é o radioterapêuta, em conjunto com o oncologista clínico.
Mais informações no site: http://meetinglibrary.asco.org/content/175620-195
Médico oncologista formado pelo MD Anderson Cancer Center e especialista em tumores de pulmão e do trato digestivo, membro do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Conheça mais